sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

LIBERDADE...


Ler esse post ao som da música disponível nesse link:

http://www.youtube.com/watch?v=-9dkxvbw1mM


"Perceber aquilo que se tem de bom..."
São os primeiros versos transformados em som pela doce e despretenciosa voz de Marcelo Camelo.
De fato, regojizar aquilo que se tem não é algo que se faça com freqüência, "é um dom daqui não". O que se tem é a estipulação de objetivos desafiadores, que se tornam ainda maiores quando alcançados.
Enquanto isso, fingimos ser, e deflagramos o que somos verdadeiramente: presos a uma ilusão, a sonhos que nos tornam alienados na busca pelo "ser" em uma realidade que prima pela distinção.
Mas, afinal, " de que vale ser aqui"??
Assim como se revela na canção, a beleza de tudo está não na sofisticação, na opulência, na eterna busca do inalcançável, mas sim na simplicidade como a desses versos, que parecem brotar entremeio à deliciosa combinação do acordeon de Dominguinhos com os acordes harmônicos de Marcelo Camelo.
A vida é de sonhar, mas sonhos que levam à liberdade de perceber a felicidade, como afirma Manuel Bandeira, nas "pequenas dores e menores alegrias".
(ao som de Marcelo Camelo - Liberdade)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Uma ilusão de cada lado



Incerteza:o pior dos sentimentos.
Não há nada como a sensação de estar vendado, sem a capacidade de enxergar um passo ou dois à frente.
O mundo pára diante da impossibilidade de ver um futuro claro, nítido.
Sabe aquela história da criança que antes dos óculos via as árvores como imensas bolas verdes?
Lembra-se como o mundo dessa mesma criança modificou quando ela, finalmente, por trás das lentes, conseguiu enxergar a beleza das folhas que formavam aquela imagem borrada?
Pois, hoje, como ela, sou míope, sem os óculos às mãos. Sinto-me incapaz de enxergar as folhas e frutos que comporão (ou não) o meu futuro. É dessa incerteza que eu falava em minha primeira frase.
Referia-me à incapacidade de traçar planos, metas. Incapacidade de me ver em outra situação senão a atual, em que o tempo parece parar para tornar minha espera infinita.
E o pior de tudo é saber que essa incerteza é resultado de um fato que ocorreu por culpa exclusivamente minha. Por uma incapacidade de ver aquilo que estava nítido em minha frente. Incapacidade de me dar a chance de ser vitorioso e não, mais uma vez, um quase vencedor.
Afinal, ao contrário dos versos dos "hermanos", eu ainda quero ser um vencedor e, para isso, levo uma vida corrida, intensa. Ainda que eu saiba que haja a chance de cair com a bunda no chão por tentar abraçar o mundo com as pernas.



(ao som de Pedro Morais - De cada lado)